Cerveja de mel, será que isso é bom? Deve ser!
Wells Waggle Dance - Cerveja de Mel |
Em Ouro Preto...
A história que envolve esta e as duas próximas cervejas faz parte de um momento muito especial da minha vida: a viagem que Mônica e eu fizemos à Ouro Preto, em Minas.
Eu me lembro da primeira vez que ouvi falar sobre essa cidade, foi numa aula de história, quando eu estava na sétima série e naquela aula eu disse para mim mesmo “um dia eu andarei por essas ruas, um dia verei esse lugar”. Mais adiante, já durante o último ano escolar, quando eu estudava num curso de Design Gráfico, na Etec de Carapicuíba, durante uma das aulas de história da arte, o professor João (Jocoso) nos contou sobre Ouro Preto, a arte barroca brasileira, as igrejas, prédios, pinturas, esculturas.. ele mostrava imagens e ia nos envolvendo com a genialidade de Aleijadinho, Ataíde e tantos outros, as caracteristicas que diferenciavam nossa arte do barroco europeu, os detalhes que cada artista mantinha em seus trabalhos, os significados de cada traço, o objetivo de cada um daqueles artistas que marcaram uma época. Eu ficava fascinado com aquilo tudoPreparando o terreno.
As aulas eram às sextas-feiras, um dia em que eu talvez fosse o único adolescente ( quase adulto) que não quisesse sair da aula de jeito nenhum. Depois das aulas na Etec, que iam de 13h30 até as 18h, eu ia direto para a escola, onde eu teria uma aula de literatura, com o professor Celso, uma pessoa a quem atribuo muitos valores. Um homem apaixonado por sua profissão, que não economizou incentivos e apoio naquele momento em que eu estava prestes a deixar a escola. Ele me emprestava livros como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom casmurro, Senhora, pedia que eu escrevesse e corrigia as minhas redações, me explicava coisas sobre a vida, que eu poderia ser o que quisesse quando saísse da escola, que o futuro era muito maior e melhor do que eu poderia ver naquele momento. Um grande professor, de quem eu sinto muitas saudades e a quem eu ainda devo uma visita na escola, se é que ele ainda está por lá.
Depois das aulas de literatura, quando a grande maioria dos alunos ia embora, afinal era sexta-feira, éramos muito jovens, cheios de energia e tinha balada para ir, eu era um dos poucos que ficavam na escola e, mais do que isso, aguardava com muita ansiedade pela aula que estava prestes a começar, a aula de história, com o professor Barcala. Dos poucos alunos que ficavam, a maioria não se importava com o que o professor tinha a dizer, eles interrompiam a fala a todo momento, faziam barulho, davam risadas do professor e faltavam com respeito, o que deixava o professor muito zangado. Imagina você, tendo que falar algo para um grupo de pessoas que fica sentada à sua frente sem demonstrar nenhum interesse e tentando te fazer perder a linha, é de dar raiva, não?
Comos os mineiros, indo pelos cantinhos...
Comos os mineiros, indo pelos cantinhos...
Era neste ambiente, que eu tentava conversar com o professor, depois que ele já não suportava mais tentar botar algo naquelas cabeças vazias. Eu ia à sua mesa e pedia explicações sobre muitos acontecimentos na historia brasileira. Falávamos muito sobre a história de Minas Gerais, sobre as políticas que levaram muitos brasileiros a se revoltarem contra a coroa portuguesa, sobre como muitos governos se valiam da força para manter a população sobre controle. Ele também me falava muito sobre a historia de Carapicuíba, nossa cidade, o valor histórico de nosso patrimônio.
Um professor e sua missão
Uma outra coisa muito legal, que o Barcala nos transmitiu, foi a ideia de que você precisa se conhecer, saber de suas origens. Ele nos pediu que fizéssemos uma árvore genealógica, que buscássemos nos documentos de família, a origem de nossos pais, de seus pais, de seus pais, de seus pais.. Mais do que entender sobre a origem, eu aprendi que a experiência de buscar por algo, ir o mais longe que você puder e não desistir enquanto não econtrar, é algo marcante na vida de qualquer pessoa, é algo que nos realiza como ser.
Vivendo a experiência
Foram todas essas coisas que me levaram à Ouro Preto. Passei seis dias andando por aquelas ruas, adentrando minas de ouro, museus, igrejas, bares, contemplando as vistas daquele lugar fantástico.. mas foi na última noite, a da despedida, que a cerveja passou a fazer parte daquele momento. Nós passamos duas ou três vezes pela Rua Direita, se não me engano, e vimos uma pequena porta, que mais parecia um porão e não chamava muita atenção de quem estivesse andando por ali. Como havia uma inscrição, eu decidi entrar. Era um bar. Você passava por aquela portinha e ia andando pelo corredor que dava acesso a um quintal, onde colocaram algumas mesas e fizeram um bar.
Wells Waggle Dance, em Ouro Preto-MG |
Que experiência, que momento!
Logo de início o ambiente já ia nos envolvendo, com músicas do Scorpions e outras bandas das quais eu gostava muito e uma iluminação que nos deixava muito a vontade. Fomos atendidos por um garçom muito atencioso, a quem pedimos uma sugestão de bebida e nos indicou primeiro uma Backer e depois uma Wells. Até aquele momento, eu nunca havia experimentado uma cerveja em seu próprio copo, ninguém nunca havia servido uma cerveja de trigo e chacoalhado a garrafa antes de terminar de preencher o copo. Eu fiquei curioso sobre o nome “Wells Waggle dance” e li no rótulo que “Waggle Dance” é o nome do movimento que uma abelha faz para indicar para as demais que uma fonte de néctar foi encontrada. Eu achei tudo isso muito mágico e fiquei muito encantado. Naquele momento em específico, eu passei a enxergar a cerveja como uma experiência e decidi que queria viver muitos outros momentos como aquele.
Depois, numa outra oportunidade, eu a comprei mais uma na Dona Deola, na Granja Vianna e bebi com a Mônica. Também recebi uma Wells Banana num dos BeerBoxes que passei a assinar. O cheiro e realmente lembrava banana, mas não o sabor, o que de maneira nenhuma faz com que não seja uma boa cerveja, muito pelo contrário. Foi com esta última que eu percebi que cheiro e sabor nem sempre são a mesma coisa. Doido isso, né?!
legal, mas e sobre a cerveja?
Um rápido comentário que posso fazer sobre essa cerveja é que você já percebe a diferença na textura, na espuma e na coloração, quando vê pela primeira vez, porque realmente lembra um pouco as características do mel, mas fica ainda mais bonito no copo, ou melhor, na taça. No sabor, você sente de início uma coisa mais adocicada, o que é muito bom. Mas não é uma dulçor exagerado, daqueles que você enjoa e não consegue terminar a garrafa; pra mim, tudo na medida, é uma excelente cerveja!
Wells Waggle Dance, na Dona Deola |
legal, mas e sobre a cerveja?
Um rápido comentário que posso fazer sobre essa cerveja é que você já percebe a diferença na textura, na espuma e na coloração, quando vê pela primeira vez, porque realmente lembra um pouco as características do mel, mas fica ainda mais bonito no copo, ou melhor, na taça. No sabor, você sente de início uma coisa mais adocicada, o que é muito bom. Mas não é uma dulçor exagerado, daqueles que você enjoa e não consegue terminar a garrafa; pra mim, tudo na medida, é uma excelente cerveja!
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Meus amigos tinham que saber disso! |
Na coleção a garrafa da Wells Waggle Dance que veio de Ouro Preto-MG |
Aquele bar realmente foi um "achado", que bom que decidimos entrar naquela portinha. Eu também estava começando a beber cervejas especiais e adorando cada experiência.
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