terça-feira, 28 de abril de 2015

Garrafa #01 - Karavelle: um vídeo no Youtube e a Rádio 89

Cerveja? credo, bebida salgada é horrível!
Você também prefere vinho?

Montagem com as logos da Karavelle e Rádio 89 fm
A chegada das Karevelles
Cerveja não, eu quero Vinho!
Minha experiência começou com a Karavelle. Eu me lembro que até os 20 anos de idade, todas as experiências que tive com cerveja foram decepcionantes. Além de um fator psicológico, que espero poder contar mais adiante, eu não gostava do sabor e nem do cheiro das cervejas. Para mim a cerveja era uma bebida salgada, não era agradável e, por isso, eu não entendia como as pessoas conseguiam beber tanto daquilo, passar horas e horas na mesa de um bar ou em casa consumindo tantas caixas de cerveja. Por essa razão eu preferia as bebidas doces, como os drinks que são comuns nos bares de São Paulo e comecei também a adentrar no mundo dos vinhos, pois achava sempre mais, como posso dizer? “elegante” talvez seja uma boa palavra, mas não sei se a que melhor descreve o que eu pensava. Eu achava os vinhos mais intelectuais e sabia que era um produto natural, que vinha da uva e que, quanto mais natural, melhor até para a saúde. Se fosse para beber algo, que fosse vinho então, com pessoas que gostassem da bebida, porque eu sabia que não era apenas o consumo que mudava, era todo o ambiente, o vinho era uma experiência.  Se não tivesse um bom drink ou um vinho que me agradasse, o garçom teria que se virar para me trazer um suco de manga!

Cerveja é produto industrializado, não quero!
Um outro fator importante para mim e que contava como ponto negativo para as cervejas, é que eu nunca gostei muito de produtos industrializados, principalmente no que se refere aos que consumimimos como alimento. Eu sempre tive muito apreço por coisas feitas a mão, não me pergunte o motivo. Nesta época eu começava a pensar que, se não vem da natureza, como pode fazer bem? e, se não faz bem, será que faz mal? Por mais que o consumo de cerveja fosse algo cultural, isso não queria dizer para mim que quem consumisse muita cerveja deveria ser um exemplo, pelo contrário. Eu estava decidido de que jamais tomaria cerveja e de que, por mais que alguém falasse que eu fosse muito bobo ou até questionasse minha sexualidade (sim caras, isso realmente acontecia), nenhum argumento seria o suficiente para me convencer do contrário, cerveja era muito ruim!!!

Um ponto positivo
Mas a cerveja tinha um ponto positivo e não era um ponto qualquer não, era e ainda é algo que eu prezo muito. Não é fácil reunir pessoas em torno de uma mesa e mantê-las assim por tanto tempo, animadas, felizes, comunicativas, falando sobre a própria vida, sobre seus planos e conquistas, sobre medos e desejos, sobre futebol política, história, religião, tudo! E, por mais que eu não gostasse de cerveja, aos 21 anos de idade, eu já entendia o que ela era capaz de fazer. 

Me lembro de muitas conversas sentado à mesa de algum bar com meus amigos da Fatec, da Somar, do Apocalipse; eram conversas que duravam horas e que me fascinavam. Me lembro das conversas com o Rodrigo Buzuti (Buchute) e o Carlos André Freitas numa das vezes em que saíamos da aula na Fatec (provavelmente alguma aula do professor Gerum) e íamos a um bar próximo chamado Bem Brasil, onde falávamos sobre coisas como os acontecimentos na segunda gerra mundial, a política brasileira, os costumes das pessoas. Cara, como era bom falar sobre aquelas coisas! Ainda mais, se for embalado por uma boa música e um ambiente agradável.

Eu me lembro que, devido à minha “frescura”, num desses encontros, nós bebemos Original, uma das duas cervejas que eu conseguia beber sem reclamar do gosto “salgado”; a outra que eu conseguia beber era a Bohemia, mas acho que eles não vendiam.

Então, mesmo não gostando de cervejas, eu era capaz de entender seu valor e comecei a me questionar a esse respeito. Não era pela cerveja em si, era pelo que ela proporcionava. A cerveja estava presente em momentos de grande alegria das pessoas, nas festas de aniversário, casamentos, comemoração da conquista de um título do time de futebol, uma conquista profissional..

A Cerveja salvou o mundo
O primeiro fator que começou a mudar minha opinião a respeito das cervejas foi um vídeo que assisti no Youtube no ano de 2013 e que falava sobre como a cerveja “ajudou a salvar o mundo”. Além de ter ouvido pela primeira vez alguém falar a respeito da história da cerveja (até aquele memento eu pensava que, por exemplo, a graduação alcoólica vinha da adição de álcool), algo de que eu gostei muito, também comecei a pensar no consumo da bebida como algo benéfico para a saúde, pois era justamente esta a proposta do vídeo e essa era uma grande novidade para mim. Mais dois pontos positivos para a cerveja!

Quem não faz, toma!
Um programa de rádio também foi bem importante neste processo. Era início de uma noite qualquer em fevereiro de 2014 e eu estava à caminho de casa, enfrentando o trânsito da Raposo Tavares. O segundo fator decisivo começou com o retorno da 89 fm. Eu sintonizei a rádio naquele horário, entre 19h e 20h, e ouvi um programa muito engraçado chamado “Quem não faz, toma!”. Uma das propagandas do programa era de uma cerveja especial chamada “Karavelle” e o nome logo chamou minha atenção porque remetia muito à historia brasileira, à chegada dos portugueses nas 13 embarcações que fixaram as âncoras por nossas bandas, no final do século XV, algo que eu gostei bastante. 

Foi a primeira vez que ouvi nomes como “Red Ale”, “Lager”, “Weiss” e fiquei muito, mas muito curioso para conhecer aquela cerveja. O engraçado foi que eu pensei “Eu sabia! aquilo que vem escrito em todas as cervejas deve ter algum motivo para estar lá, mas a final, que diabos queria dizer  aquele tal de “Cerveja Pilsen”?”. Eu deduzi que Pilsen era o tipo da cerveja, só não imaginava que existiam outros tipos. Foi neste momento que pensei que eu deveria experimentar aquela cerveja e foi o que eu fiz.

Pra não perder o gancho, ouve aew!
Se quiser ouvir o programa, é só clicar no play aqui embaixo. Não sei se você já conhece, mas, se não, acho que vale à pena. São 4 apresentadores muito engraçados, que tentam falar sobre futebol e com certeza vão te fazer rir à valer.
Este que estou postando é uma edição especial do aniversário de 3 anos do programa e contou com a participação da Luiza Possi, Danilo Gentili e Falcão, o mito cearense!

 

A hora da decisão
Numa tarde de terça-feira, dia 4 de fevereiro de 2014, após o almoço, decidi ir ao supermercado e comprar a tal da cerveja. Como não sabia a diferença entre os tipos, resolvi pegar uma de cada das Karavelles que estavam na prateleira e, logo ao passar pelo caixa, eu comecei a ver a diferença: quatro cervejas me custaram algo em torno de R$ 60,00, fiquei bastante espantado... 


Foto das Karavelles na mesa mesa de trabalho
As Karavelles na misa mesa de trabalho


Espantada mesmo, quem ficou foi a Flávia Matioli, colega de trabalho que, ao ver aquelas quatro garrafas sobre minha mesa, logo me questionou; ela perguntava sobre como era possível alguém que detestava cerveja e que preferia suco de manga a uma Skol ou Brahma, por exemplo, estar ali, com quatro garrafas, todo feliz e ansioso para poder beber.

Tomei todas as quatro cervejas na casa do meu irmão mais velho, o Juninho. A Tati, sua esposa e a Mônica, minha namorada, estavam conosco, porém nem todas agradaram de início. Algumas tinham um gosto bem forte e eu não estava acostumado, como a Red Ale. Acho que foi por isso que eu gostei mais da Keller, a do rótulo azul.

A experiência definitiva
Mais do que qualquer outra coisa, a experiência em si, foi algo muito marcante, não necessariamente por ter ocorrido algo extraordinário, foi pelo simples fato de, pela primeira vez, eu ter percebido que era possível mudar algo que você mesmo definiu como imutável, no meu caso, o consumo de cerveja. Isto se deu por eu ter percebido que havia outros caminhos, outras possibilidades e não somente aquilo que me era apresentado nos comerciais de cerveja. Mudar é sempre uma boa pedida!
Foto da garrafa de Karavelle na coleção
Garrafa de Karavelle na coleção

Mas ainda tinha mais..
O terceiro fator decisivo, tão marcante quando o segundo, foi a segunda vez que bebi cervejas especiais, uma experiência marcante, que mudou a maneira como eu enxergava o universo das cervejas. Vou falar sobre isso no próximo post..


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Cheers!!!

2 comentários:

  1. Eu me lembro muito bem de quando o Eduardo dizia que nunca beberia cerveja e de todo esse processo de mudança, ele vencendo o preconceito contra essa bebida e começando a se "apaixonar", pela história, sabor e resultado que uma boa cerveja pode causar!

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